BLOG SOB RESPONSABILIDADE DE ELTON SANTOS, POSTAGEM DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE CANGUÇU E REGIÃO

domingo, 28 de outubro de 2012

20 De NOVEMBRO - FERIADO DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Em breve vamos divulgar toda a programação de mais evento da consciência negra, este ano alem do premio Miné, realizado pela camara de vereadores, teremos três dias e evento e festividades. A principio sera no dia 14 de novembro a escolha da beleza negra, e dia dezenove de novembro uma noite de consciência negra com palestras e filmes sobre o movimento negro municipal e regional, e dia vinte de novembro FERIADO  O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA com festa no quilombo do Potreiro Grande durante todo o dia, com churrasco ao meia dia  e diversas presentações culturais e jogos , musicas, durante o evento.

terminado o período eleitoral aqui em Canguçu, e hora de juntarmos o que sobrou, e avaliar, temos muito o que analisar enquanto movimento quilombola, o que estamos fazendo de certo e onde precisamos melhorar, uma coisa e certa, estamos ainda muito longe de " consciência negra"  nossos oito candidatos estiveram muito longe de ser eleitos, e temos potencial para eleger mais de um candidato, mas não e hora de lamentações, e sim de agradecer a cada candidato que se expos a colocar seu nome a julgamento não por si só mas sim em nome de todo um movimento negro aqui de Canguçu. com certeza e apenas um ciclo que se encerra , na próxima estaremos mais forte e com certeza elegeremos o primeiro negro a nos representar na camará de vereadores , esta cidade que evolui mas ainda precisamos de uma melhor representatividade, pois não temos mulher também eleita , e como podemos ser uma camará bem democrática e representativa se não tivermos todos os segmentos e gêneros  a nos representar. por fim para nos negros fica o aprendizado de o quanto não podemos confiar em certas raposas que usam os projetos  e dinheiro federal para se eleger com o voto dos quilombolas.

   Elton santos

13 de Maio: A Revolução Abolicionista

Mário Maestri - Publicado em Terça, 15 Maio 2012 19:42
Em 13 de maio, cumpriu-se mais um natalício da Abolição. O Brasil foi uma das primeiras nações americanas a instituir e a última a abolir o cativeiro. Dos nossos 512 anos de história, mais de 350 passaram-se sob o látego do negreiro. Essa herança pesa-nos até hoje.

A Abolição, no passado efeméride excelente, atualmente é da quase execrada. Sua crítica é feita comumente por aqueles que lembram a miséria passada e atual de importantes segmentos da população negra. Apesar de bem-intencionada, essa visão retoma e consolida visões caricaturais e paternalistas do 13 de Maio e nega a essência revolucionária da Abolição.
A população negra pobre festejou sempre com carinho o 13 de Maio, compreendendo a importância daquele sucesso maior da história popular brasileira. Celebrar o 13 de Maio não significa reafirmar os mitos da emancipação social do negro, em 1888, ou de Isabel, como Redentora. Significa recuperar a importância da superação da ordem negreira e da participação dos cativos como agentes essenciais do nosso passado.
Não há sentido em antepor Palmares ao 13 de Maio. Apesar de saga luminar, a epopeia palmarina foi derrotada e jamais propôs – e não poderia ter proposto – a destruição da escravidão como um todo. A revolução abolicionista foi vitoriosa e superou para sempre o cativeiro.
Estudos hoje já clássicos apresentam a Abolição, em seu tempo conjuntural, como produto do abandono maciço pelos cativos das fazendas cafeicultoras nos meses finais da escravidão, reivindicando relações contratuais de trabalho. A destruição do regime negreiro deveu-se à ação da massa escravizada, aliada aos abolicionistas radicalizados, em movimento de enorme tensão política e social.
Com a desorganização da produção pela sublevação servil, os negreiros, rendidos, passaram a reivindicar apenas a indenização da 'propriedade' perdida. Em 13 de maio, a herdeira imperial somente sancionou a chamada Lei Áurea, aprovada pelo Parlamento, registrando o óbito de instituição em agonia. Nos 66 anos anteriores, os Braganças haviam defendido com unhas e dentes o cativeiro.
Mesmo tardiamente no Brasil, foi a ação estrutural dos escravizados, durante os três séculos de escravidão, que permitiu a destruição da instituição. A oposição permanente do cativo ao trabalho feitorizado impôs limites insuperáveis ao desenvolvimento tecnológico e determinou altos gastos de vigilância e de coerção, abrindo espaço para formas de produção superiores.
Em 1888, a revolução abolicionista destruiu o modo de produção escravista colonial que, por mais de 300 anos, ordenara a sociedade brasileira. Negar essa realidade devido às condições econômicas, de ontem e de hoje, de boa parte da população negra, é compreender o passado com ideias simplistas, moralizadoras e a-históricas.
Os limites da Abolição eram objetivos. Nos últimos anos do cativeiro, os trabalhadores escravizados, classe em declínio, lutavam sobretudo pela conquista de direitos civis mínimos, reivindicação que uniu os cativos rurais e os já pouco escravizados urbanos. Em 1888, uns 700 mil homens, mulheres, jovens e crianças escravizados ou ventre-livres, obtiveram os direitos civis elementares.
Com a Abolição, os trabalhadores superaram a distinção entre livres e cativos, iniciando-se a história da classe operária e da cidadania brasileira, como a compreendemos hoje. A revolução abolicionista foi o primeiro grande movimento de massas moderno e a única revolução social vitoriosa do Brasil, até hoje. Os limites da revolução abolicionista eram históricos e esperavam sua conclusão social atual.