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quarta-feira, 14 de julho de 2010

VUVUZELA GRITO NEGRO DE LIBERDADE

As polêmicas vuvuzelas, cornetas sul-africanas, causam diversas manifestações. Muito se tem escrito a respeito. Mas a maioria se posiciona de forma contrária e pronta. Raros partem a aprofundar o respeito à cultura de um povo. Um pouco de pesquisa e conhecimento não faz mal a ninguém. Mas o que é a vuvuzela? Isizulu é uma das onze línguas faladas na África do Sul. Nela encontramos a tradução da expressão vuvuzela, que tem na raiz vuvu o significado de soprar, enquanto o sufixo zela é o objeto comprido, longo. Os reclamos partiram das grandes redes de televisão européias. Como sempre por aqui, apenas começaram a repercutir e ampliar o assunto. Aliás, nosso país sempre importou cultura européia, desdenhando o que vinha naturalmente do nosso povo como, por exemplo, o carnaval. JÚLIO DE CASTILHOS chegou a acabar com as cavalhadas porque estas vinham do povo. O que é popular não é cultura, defende os que têm visão à altura da soleira da porta. Voltando às vuvuzelas, o COMITÊ ORGANIZADOR DA COPA DO MUNDO, frente aos reclamos das emissoras de televisão e rádio, reuniu-se e estudou o assunto e bem decidiu pela manutenção: “Elas tem origem nas cornetas que nossos ancestrais usavam para convocar reuniões”. Logo, é preciso respeito à cultura de um povo, cujo líder NELSON MANDELA, passou 27 anos preso, para garantir a liberdade do seu povo, por exemplo. Gente que foi assassinada, estuprada, trucidada, escravizada e espoliada. O berço da humanidade está comprovado tem origem no Continente Africano, onde sua gente, apesar de tudo é alegre, dançante e que parece perdoar seus algozes em uma atitude de grandeza e amor ao próximo. Um repórter brasileiro ouvindo uma moça negra em Johanesburgo, perguntou o que significava para ela a realização da Copa do Mundo de Futebol em seu país. A resposta veio rápida, mas profunda em emoção que resume tudo: - ME SINTO EM LIBERDADE! Ora bem sabemos que o apartheid, tanto quanto a abolição da escravatura entre nós, acabaram de direito, mas não de fato. A verdadeira liberdade ainda precisa ser palmilhada com extremo cuidado. Vejam aqui o Estatuto da Igualdade Racial, aprovado, mas... sem as cotas. Tentar calar as vuvuzelas é atentar a cultura de um povo. É amordaçar o grito negro de liberdade.





“EU SOU O MESTRE DO MEU DESTINO. EU SOU O COMANDANTE DA MINHA ALMA” Nelson Mandela

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