Quase quatro anos de blog da ONG CIEM, muitas postagem, muitas matérias sobre os quilombos, muitas notas alegres, notas tristes, acontecimentos, festa da consciência negra, seminários, viagens, notas de desabafo, lutas, conscientização, homenagens, escrevi quase todas estas notas com muita inspiração, e vontade de ecoar o grito dos negros por todos os lugares, usei este espaço como murmúrios dos quilombos, já que não sou jornalista, mas hoje tenho que falar de uma pessoa que não esta mais entre-nos, e quero colocar aqui neste espaço o meu sentimento e com certeza de todas as comunidades quilombolas aqui de Canguçu. Eu conheci a Giamarê há quatro anos na primeira festa, digo Dia da consciência negra que organizemos em Canguçu, o Dieguinho veio me falar de uma cantora negra Pelotense que cantava com a alma, e ela veio a Canguçu, lembro que no inicio a ONG CIEM era quase uma Utopia de vários amigos que tinha um sonho em comum, trabalhar pelo social, assim eu, Elton santos, Ângela Vargas, Mario, Paulo Ireno. Seu Dario, Jader Porto, Gladis, enfim Vários amigos que hoje estão pelo mundo afora, quando a Giamarê começou a cantar, foi muita emoção, como não lembrar todos chorando vendo aquela perola cantando emocionando, assim a Giamarê entrou em nossas vidas, para nunca mais sair, ano passado ultima vez em que a Giamarê esteve aqui em canguçu, quis o destino que fosse La no Manuel do Rego, onde começou o movimento dos quilombolas, lembro da emoção dela ao ser homenageada pelos alunos da Escola Santo Ângelo, cantando “lugarejo” ela me dizia no meu próximo Cd quero eles cantando comigo. eles e nos estamos e estaremos cantando sempre com você Giamarê , todos os dias e saiba onde estiver que serás o nosso incentivo nas horas de dificuldade, nosso alento nas horas de tristeza e nossa garra contra a discriminação do negro. Agora estou escrevendo ouvindo “ um canto pá ocê” minha tristeza vai dar lugar aos meus devaneios, Descanse em paz minha querida. 
Autografo na capa do Cd Um canto pá océ que guardo com muito carrinho
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